A juventude quer viver sem violências e extermínios

Data de postagem: 14/09/2010 14:00:04

A pesquisa sobre o Índice de Vulnerabilidade Juvenil (IVJ) divulgada no final de novembro pelo Fórum Brasileiro de

Segurança Pública e pelo Ministério da Justiça, em São Paulo, co m a p resença do ministro Tarso Genro, mostra que quase um terço da juventude enxerga a violência como parte do seu cotidiano. A pesquisa também revelou que os municípios que menos investem em segurança pública são exatamente aqueles que mais expõem seus jovens à violência.Na prática, cons tata-se que nas cidades onde a vulnerabilidade juvenil é muito alta a despesa realizada em segurança pública, em 2006, foi de 3.764 mil reais por mil habitantes, enquanto os municípios com IVJ baixo aplicaram 14.450 mil reais por mil habitantes. O levantamento apontou também que a faixa etária com maior risco de morte por violência é a de 19 a 24 anos. O IVJ prevê que, em cada cidade pesquisada, cinco jovens morrerão por homicídios antes de completarem 24 anos, no Brasil. Na faixa etária de 12 a 18 anos, a estimativa é que 2,38 adolescentes sejam assassinados. Entre 25 a 29 anos, a expectativa é que morram 3,73 jovens em cada município com mais de 100 mil habitantes. A pesquisa identifica uma relação direta entre violência e participação no mercado de trabalho e escolaridade, uma vez que os jovens de 18 a 24 anos que não realizam funções remuneradas e não estudam formam o grupo no qual o IVJ é mais elevado.

O indicador também confirma o “senso comum” de que aqueles que residem em domicílios com assentamentos precários, caso de favelas, são os mais expostos à violência. Por estes motivos, jovens de todo Brasil participam da Campanha Nacional Contra a Violência e o Extermínio de Jovens, promovida pelas Pastorais da Juventude do Brasil (Pastoral da Juventude, Pastoral da Juventude Estudantil, Pastoral da Juventude Rural e Pastoral da Juventude do Meio Popular), com o apoio do Setor Juventude da CNBB e do Fundo Nacional de Solidariedade.

A iniciativa é uma ação articulada por diversas organizações para levar toda sociedade ao ebate sobre as diversas formas de violência contra a juventude, através de ações de f ormação política, ações de massa e divulgação e intervenções de monitoramento da mídia contra a violação de direitos humanos.A campanha é organizada desde maio de 2009 e conta com o apoio de inúmeras organizações de juventude de todo o país. Durante o lançamento, jovens das Pastorais da Juventude apresentaram os eixos da campanha e em seguida pintaram com as suas próprias mãos um grande painel representando a marca da campanha: várias mãos abertas indicando um “basta” a toda forma de violência. No próximo ano várias iniciativas são previstas pela campanha, como a realização de seminários estaduais e marchas locais no primeiro semestre e a construção de uma grande marcha nacional que está prevista para o segundo semestre de 2011.Alexandre Piero (Alex) é membro da PJ da Arquidiocese de São Paulo e do Conselho Municipal de Juventude

Fonte: http://www.arquidiocesedesaopaulo.org.br/jornal_o_sao_paulo/2010/100105/jornal_o_sao_paulo_pastorais.htm