A Bíblia na Vida e a Vida na Bíblia

Data de postagem: 05/09/2011 21:39:42

Por Elaine Cristiana de Lima - Região Santana

Antes de ser escrita e transmitida oralmente de geração em geração, a Bíblia foi vivenciada pelo povo e antes de ser vivenciada foi gerada no coração deste povo por ação do próprio Deus que desejou manifestar-se na história. E só então, depois de um longo processo de compreensão dos fatos da vida e da presença de Deus na história, os textos passaram a ser escritos.

A Palavra de Deus é toda ela a história da vida de um povo, que viveu no seu tempo histórico e ai fez a experiência do Deus vivo e verdadeiro. Deus que caminha junto, que é “do lado dos pobres” e inspirados por este mesmo Deus escreveu a sua história, a história da manifestação de Deus em suas vidas!

Sendo assim, não dá pra separar vida e Bíblia uma sem a outra perde seu sentido. Como sabiamente nos orienta o biblista Frei Carlos Mesters: “A Bíblia não veio ocupar o lugar da vida. É o contrário! A Bíblia foi escrita para nos ajudar a entender melhor o sentido da vida que vivemos e a perceber mais claramente a presença da Palavra de Deus dentro da nossa realidade.”

Ela é um livro que fala da nossa vida, luta e caminhada porque nos reconhecemos nas lutas e histórias do povo que lá são narradas, dando sentido ao nosso caminhar, às nossas lutas ao nosso agir na realidade pois ela é: “Lâmpada para os pés e luz para o caminho”. (Sl. 119,105). Ao mesmo tempo que é um livro que relata a manifestação de Deus nesta história porque: “Toda escritura é inspirada por Deus e útil para instruir e refutar, para corrigir e formar na justiça...” (1Tm 3,16).

De acordo com Frei Carlos Mesters a Bíblia tem um rosto: “O Rosto da Palavra é Jesus de Nazaré, sua vida, seus gestos, suas palavras, seus ensinamentos. Ele é a revelação do Pai. Nele a Palavra se fez carne e habitou entre nós (Jo 1,14). Ele podia dizer: "Quem me vê, vê o Pai" (Jo 14,9).

Desta forma, para percebermos a Palavra de Deus na nossa vida é necessário ter Jesus como exemplo e mais ainda, segui-lo e ter "os mesmos sentimentos que o animavam" (Fl. 2,5). E como ele mesmo fez, é preciso cultivar uma vida de intimidade com Deus autor da vida e da Bíblia; ter atenção especial àqueles que são excluídos e marginalizados, procurando na prática ser sinal da Boa Nova do Reino e lutando contra tudo o que não trás a vida plena que Deus quer para seus filhos e filhas. Só assim seremos construtores do Reino de justiça e paz e da civilização do amor!